Em defesa da luta associativista, que representa mais de 200 mil pacientes em todo o território nacional, a Fact Brasil se coloca contra a inserção da indústria farmacêutica nos moldes das associações de cannabis terapêutica.
A ocupação por empresas de espaços destinados à sociedade civil organizada tem um claro objetivo: buscar fragilizar a atuação de associações canábicas espalhadas pelo território nacional.
Desde que a cannabis ganhou força como alternativa de tratamento para milhares de pessoas, centenas de associações surgiram com bravura e muita coragem para dar amparo aos pacientes que não conseguiam acessar seus tratamentos através da importação ou da compra dos produtos de cannabis nas farmácias, devido ao alto custo.
Nesse cenário, pessoas engajadas e dotadas de conhecimento sobre a planta, desde o cultivo até a extração e manipulação dos produtos, passaram a se juntar através de coletivos e associações para ajudar esses pacientes a terem acesso a um tratamento efetivo, seguro e humanizado.
Todo esse movimento foi criado na contramão do sistema, desafiando as regras e as leis, por isso muitos líderes associativistas são alvo de perseguição política e criminal. Isso ocorre devido a falta de uma regulamentação do setor, o que aumenta a vulnerabilidade jurídica à qual as associações estão submetidas.
As associações cumprem na prática o papel do Estado: oferecem saúde, qualidade de vida e fortalecem a ciência, através das pesquisas em parcerias com universidades e outras instituições do ramo.
Com o objetivo de fortalecer os laços de solidariedade do grupo, defendem e protegem os interesses de todos os associados e promovem o desenvolvimento da região ou da comunidade do entorno.
O que mais diferencia o modelo associativo para o da indústria farmacêutica, é a ausência do lucro. Por isso, a composição de associações por empresas farmacêuticas milionárias coloca em risco toda a classe associativista.
Avaliamos a inserção da indústria farmacêutica no modelo associativo como uma armadilha para inibir o crescimento de um setor que, ao longo dos últimos dez anos, garantiu qualidade de vida a milhares de pacientes, que sem o trabalho permanente diário das associações, estariam fadados ao desamparo e à dor.
Viva as associações de cannabis de todo o Brasil!
Cannabis salva vidas.
Pelo direito ao livre cultivo em todo território nacional, somos a favor da liberdade e da vida!